Quarta-feira, 30 de março, aconteceram as Assembleias Gerais Ordinárias da CERTAJA Energia e da CERTAJA Desenvolvimento. Cerca de 200 cooperados compareceram à ACERTA e participaram das votações, acompanhando a prestação de contas de cada uma das cooperativas, abertas oficialmente pelo presidente da Energia, Renato Martins, que apresentou os membros dos Conselhos, saudou a plateia e deu início aos trabalhos previstos no edital.

A primeira assembleia foi a da CERTAJA Energia. O gerente financeiro Marcus França analisou a prestação de contas relativa a 2015 dessa Cooperativa, apontando o crescimento do ativo circulante em função do aumento dos valores das contas de energia elétrica repassadas aos cooperados. Apontou, ainda, o investimento de R$ 7 milhões na construção e melhoria de redes de energia, bem como o patrimônio líquido, que ultrapassa R$ 58 milhões.

REINVESTIMENTO – A sobra líquida do exercício da CERTAJA Energia em 2015 atingiu R$ 1.428 milhão, e as sobras à disposição da Assembleia atingiram R$ 322 mil. Por decisão unânime da assembleia, o valor foi destinado integralmente para o fundo de expansão e manutenção de redes.

O presidente Renato Martins acrescentou que a CERTAJA Energia tem passado dificuldades crescentes em função das exigências oriundas de sua conversão em permissionária de serviço público desde 2008, em atendimento à legislação federal. Naquele ano, a Cooperativa foi separada em duas razões sociais distintas e juridicamente independentes, quando surgiu a CERTAJA Desenvolvimento. Relatou, ainda, sobre a ideia de realizar um plano de contingência entre cooperativas como a CERTEL, para ajuda mútua em situações emergenciais.

Marcus acentua que a tendência é que 2016 seja um ano difícil, pois está prevista a partir de abril uma revisão tarifária com a retirada de desconto na compra de energia elétrica distribuída aos cooperados. “Prevemos um aumento de aproximadamente 84% no custo da energia comprada pela CERTAJA”, em relação a 2015.

CONFIABILIDADE – Ederson Madruga, gerente da área de distribuição da CERTAJA Energia, apresentou dados sobre a estrutura da Cooperativa. Hoje a empresa atua em 19 municípios e conta com 143 colaboradores e 24.291 cooperados consumidores. A quilometragem de redes chega a 3.890 km. Há uma preocupação constante em melhorar a qualidade da energia elétrica fornecida, atender os inúmeros indicadores exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, e a tendência para os próximos anos é o aumento da automatização das redes, que funcionarão interligadas, com crescente confiabilidade.

CANAIS DE RELACIONAMENTO – Enoque Garcia, gerente da área comercial de Energia, reiterou a importância dos canais de relacionamento que a empresa disponibiliza aos seus cooperados, como o Disque Energia, o jornal Certajano, o site e as mensagens de SMS. Entre outros assuntos, falou sobre a projeção das tarifas para 2015/2016, apontando que aquelas praticadas pela CERTAJA estão em 18% abaixo da CEEE e AES Sul.

A telemetria para grandes clientes foi implementada em 2015 e tem demonstrado bons resultados. “A meta é de atingirmos 100 pontos com esse sistema”, observa Enoque. Entre as vantagens está a redução de custos com deslocamentos das equipes de leituristas.

Renovações nos conselhos administrativo e fiscal foram outros itens do cronograma, bem como a reeleição de Renato Martins como presidente da CERTAJA Energia pelos próximos quatro anos. Uma homenagem ao cooperado Sílvio Júlio Fornari marcou sua saída do conselho administrativo por motivos particulares.

CERTAJA DESENVOLVIMENTO – O presidente Pedro Maia iniciou a assembleia frisando que a partir deste ano haverá conselhos fiscal e administrativo exclusivos, eleitos para essa Cooperativa, diferentes daqueles da de Energia. Houve, ainda, a recondução de Pedro à presidência da CERTAJA Desenvolvimento, com Luís Granja no cargo de vice presidente e gerente da área de fomento, concomitantemente.

Ao traçar um panorama do exercício de 2015, Pedro falou acerca da situação financeira delicada da Cooperativa de Desenvolvimento em razão da participação em projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs, hoje considerados inviáveis, e da crise financeira que assola o Brasil de modo geral. Além de se desfazer da área de varejo, composta por dois supermercados em Taquari, a Desenvolvimento mantém intactas as atividades ligadas ao fomento agropecuário, formado pela agroindústria e agroveterinária, e as turmas de serviços elétricos.

As PCHs Morrinhos, localizada em Barão do Triunfo, e Abranjo, em Encruzilhada do Sul, da área de geração de energia, estão à venda para interessados. Tais medidas, entre outras como o aluguel de salas comerciais no Supercentro CERTAJA, buscam revitalizar a Cooperativa.

Luís Granja falou acerca da venda dos estoques de arroz e acenou que em 2016 estes serão equalizados de acordo com o mercado. Conforme o parecer do contador Cristiano Dickel, da auditoria Dickel e Maffi, a CERTAJA Desenvolvimento tem condições de recuperação de sua situação econômico financeira.